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25/01/2011

ES já é o 3º maior centro de distribuição

Com mais de 20 anos de atuação no segmento atacadista e distribuidor, o empresário Idalberto Luiz Moro está no seu segundo mandato à frente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), que representa o terceiro maior mercado do país em valores movimentados, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais. Nos últimos oito anos, as empresas atacadistas e distribuidoras capixabas cresceram em número e em movimentação, ultrapassando os R$ 12 bilhões anuais e empregando 40 mil pessoas. Nesta entrevista Idalberto fala sobre os desafios do segmento e o que fez com que o Espírito Santo se tornasse o terceiro centro distribuidor do país. Quando você começou no segmento, qual era a realidade das empresas atacadistas e distribuidoras? Era bem diferente. A minha história começou em 1980, quando montei a Motociclo, a primeira loja de peças para motos de Vitória. O trabalho no atacado se iniciou em 1986 e logo já estávamos fornecendo para empresas de outros estados. Naquela época o trabalho era muito diferente. O mercado era menor, a comunicação não era tão fácil como hoje. Os produtos mudaram, temos fornecedores em diversas partes do mundo e compradores por todo o Brasil. E falar com eles hoje, muitas vezes do outro lado do planeta, é muito mais simples. A economia do Espírito Santo deu um salto em tamanho e participação no mercado nacional nesse período. É verdade. Em nosso segmento, o aspecto logística é fundamental e o nosso estado tem localização estratégica, no centro do país. Isso atrai as empresas, principalmente importadoras e exportadoras. Tivemos ainda nos últimos anos um governo que inspirou confiança nos investidores e criou condições para que as empresas se instalassem aqui. Porém, ainda há muitos gargalos de infraestrutura, mas que tendem a ser solucionados. Apesar de tudo e com tudo isso, o segmento atacadista e distribuidor capixaba alcançou em 2010 o posto de terceiro mercado distribuidor do país. Como o segmento supera as dificuldades de infraestrutura do estado? Afinal, não temos ferrovias, as estradas são ruins, os portos estão ultrapassados e a capacidade do nosso aeroporto está muito aquém da demanda. O fato de pertencermos à região sudeste é muito importante, pois estamos próximos aos principais centros econômicos, mas as questões de infraestrutura nos dificultam bastante, principalmente aqui no estado, onde 80% das empresas atacadistas e distribuidoras fornecem para outros estados da federação. Mas a criatividade e a competência do empresário capixaba superam todas essas dificuldades. Um dos reflexos disso é que, de 2004 para 2010, o faturamento do setor cresceu 400%. Quanto o setor movimenta por ano? Hoje no Espírito Santo temos mais de 600 empresas operando, o que nos torna um dos maiores centros de distribuição do Brasil. Só perdemos para São Paulo e Minas Gerais. Fechamos 2010 com um faturamento perto de R$ 12 bilhões. São mais de R$ 300 milhões em impostos federais, estaduais e municipais. Isso sem falar no número de empregos, que ultrapassam 40 mil entre diretos e indiretos. O senhor é presidente do Sincades desde 2007. Qual o papel da instituição nesse processo? Somos o principal elo do setor. Um segmento só é forte quando tem uma instituição forte e participativa e o Sincades conta com o envolvimento e a credibilidade das empresas. Temos representatividade para defender os interesses do atacadista distribuidor junto ao poder público e discutir as políticas que impactarão diretamente nas empresas e na economia como um todo. Nós conhecemos o setor – suas necessidades e sua potencialidade. Com isso, podemos levar as demandas aos gestores públicos e debater com eles formas de criar condições para o desenvolvimento do segmento.