Especialistas debatem nova ordem econômica e desafios tributários no Acelera Espírito Santo
Os impactos da nova ordem
econômica global sobre a logística e o comércio exterior brasileiro e a reforma
tributária foram tema de um dos painéis do Acelera Espírito Santo, realizado em
São Paulo. O debate contou com a participação de Roberto Giannetti da Fonseca,
presidente do LIDE Comércio Exterior, e Leonardo Miguel Severini, presidente da
Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad). O jornalista Abdo
Filho foi o mediador do debate.
Durante sua participação, o
economista e especialista em comércio exterior Roberto Giannetti da Fonseca
destacou a importância da reforma tributária como um passo essencial para
modernizar a economia brasileira. Segundo ele, a atual estrutura tributária não
é das melhores, e a reforma tem o mérito de buscar simplicidade, neutralidade e
modicidade.
Com 50 anos de atuação no
comércio exterior, Giannetti também comentou os desafios do cenário
internacional, a partir do "tarifaço" de Donald Trump e do conflito
comercial entre Estados Unidos e China, que levou à queda de até 30% nas
exportações desses países em poucas semanas. Ele avaliou que, nesse tipo de
disputa, todos perdem e reforçou a necessidade de bons gestores públicos para
enfrentar tempos instáveis, elogiando o governador Renato Casagrande como
exemplo de liderança eficiente.
“Nenhum país consegue crescer
de forma sustentável sem um comércio exterior forte, com abertura consistente
para exportações e importações. O Brasil tem a oportunidade de recuperar seu
dinamismo, pois possui grande capacidade produtiva, recursos minerais
abundantes e tecnologia. O Espírito Santo tem um papel relevante nesse
processo, com uma vocação logística clara — talvez uma das mais expressivas do
país.”
O presidente da Abad, Leonardo
Miguel Severini, também destacou o protagonismo do Espírito Santo nos setores
atacadista, distribuidor e de comércio exterior e enfatizou a importância de
uma gestão pública transparente e eficiente para continuidade operacional,
mesmo com os desafios impostos pela reforma tributária.
“Temos que avaliar as
possibilidades que podem surgir a partir de 2032, com a extinção dos
benefícios, e seguir exemplos de Dubai e Xangai, que reinventaram suas
economias. Esse encontro é um importante passo de promoção do Espírito Santo e
a fala do governador Renato Casagrande, de união e reconstrução, traduz muito
bem o que precisa ser feito”.
Durante o debate, Severini
levantou a preocupação com medidas ainda abertas dentro da reforma tributária e
que impactam diretamente o segmento, como os custos de frete, e da importância
da transformação digital para a competitividade brasileira.