Consumidores mudam hábitos e exigem revisão das empresas
Uma pesquisa realizada pela Retail Services da Nielsen, a pedido da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidoras (Abad) sobre o desempenho do segmento em 2015 mostrou que houve um crescimento nominal de 3,1%, com faturamento total de R$ 218,4 bilhões. O segmento, que atende mais de 1,07 milhão de pontos de venda no País, também ampliou o quadro de funcionários e vendedores.
Os números positivos deste estudo, apesar do momento econômico e da inflação de 10,6% registrada no ano passado, que, analisados mais a fundo, mostram que houve mudança nos hábitos dos consumidores. Em 2015, com um bolso menor devido à inflação, o consumidor teve que fazer escolhas que impactaram os resultados do mercado.
De acordo com especialistas, o consumidor está planejando melhor seus gastos, indo menos aos pontos de venda e optando por marcas mais baratas, mas não deixa de consumir. A pesquisa da Nielsen mostra que no atacado de Autosserviço, o consumidor gastou em 2015 12% menos, mas leva 9% a mais de itens. Esse cenário revela oportunidades e exige do mercado um reposicionamento para se adaptar à nova realidade. “As empresas atacadistas e distribuidoras precisam estar atentas a esse movimento para trabalhar junto aos pontos de venda aquilo que está ao alcance e no desejo do consumidor. Esse é o nosso papel como elo entre a produção e o comércio”, ressalta o Presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), Idalberto Moro.
Uma pesquisa realizada pelo Sincades sobre a atuação no Espírito Santo, um dos polos atacadistas e distribuidores mais importantes do País, mostrou que em 2015 houve uma redução 17% do faturamento em relação a 2014. Mesmo com a queda, o segmento permanece otimista. A mesma pesquisa mostra que 24,5% das empresas pesquisadas pretendem investir ainda este ano, a maioria no segundo semestre, provavelmente aguardando definições políticas.
“A pesquisa realizada pela Abad junto com a Nielsen faz um retrato fiel do mercado e do consumo. Em nível local, fizemos um levantamento do desempenho da economia e das perspectivas. As duas coisas estão super conectadas e trazem dados importantes para tomadas de decisão do empreendedor, seja dono de empresa ou empregado. O que não podemos é ficar parados”, conclui o Presidente do Sincades.