Pesquisa traça panorama sobre setor atacadista capixaba na pandemia
Investimentos tiveram que ser feitos de forma parcial e maioria relatou não ter demitido durante a crise
Uma pesquisa encomendada pelo Sincades (Sindicato das Empresas Atacadistas e Distribuidoras do Espírito Santo) mapeou como as empresas atacadistas e distribuidoras do Estado reagiram à pandemia do novo coronavírus.
Segundo o levantamento, realizado entre os meses de junho e julho, quase todo o setor – cerca de 90% das empresas respondentes - havia feito planos para investir durante o ano de 2020, mas, como grande parte dos outros setores, esses planos tiveram que ser adiados, ao menos temporariamente. Ainda assim, desses 90%, 62% realizaram os investimentos de forma total ou parcial.
O estudo trouxe também números relacionados ao faturamento das empresas. Mais da metade (51%) dos pesquisados informaram que tiveram aumento ou se mantiveram estáveis. Dentre as empresas que tiveram queda na receita, 63% relataram perdas entre 10% e 30%.
“O setor atacadista é uma atividade necessária para que serviços essenciais, como supermercados e farmácias, continuem a funcionar. Funcionamos como um elo entre a indústria e o varejo, portanto, antes de chegarem às prateleiras, os produtos passam obrigatoriamente por uma empresa do setor”, explica o presidente do Sincades, Idalberto Moro.
Principais problemas
Ainda de acordo com o panorama, entraves relacionados ao abastecimento por parte de fornecedores do setor e as dificuldades na logística estão entre os principais enfrentados pelo setor durante a crise – com 47% e 43%, respectivamente.
Quadro de colaboradores
Dentre as empresas pesquisadas, a maioria (55%) informou que não houve alteração no quadro de colaboradores em decorrência da pandemia. Dentre as empresas que tiveram redução no quadro de colaboradores, 54% informou que a redução foi inferior a 10%.
Quando questionadas sobre a suspensão de contratos trabalhistas por até 60 dias, 65% das empresas disseram não ter adotado a medida, e na maior parte das empresas que adotaram, a medida foi aplicada a menos de 20% dos colaboradores
Dentre os cuidados trabalhistas para enfrentamento à Covid-19, os mais utilizados foram: Afastamento do grupo de risco (84%); Antecipação de férias individuas (83%); Implantação de trabalho remoto (72%).
Acesso ao crédito
50% das empresas pesquisadas não buscaram acessar linhas de crédito. Enquanto 26% das empresas pesquisadas acessaram linhas de crédito devido à pandemia.
O futuro após o fim do distanciamento social
Após o fim do distanciamento social, segundo apurado pela pesquisa, 40% das empresas acreditam que serão necessários mais de seis meses para que retornem ao nível de atividade anterior à pandemia.
Caso o distanciamento social persista, 52% das empresas afirmam que não correm risco de encerrar as atividades.
“Os números mostram que o setor atacadista distribuidor, apesar das dificuldades enfrentadas, continua sendo um dos principais na economia capixaba, mantendo seus níveis de geração de empregos, renda e arrecadação. Ainda assim, mesmo com a diminuição no número de contaminados pela COVID-19, as empresas continuam tomando todos os cuidados recomendados pelas organizações de saúde, preservando seus colaboradores, mantendo as atividades e garantindo o abastecimento à todos os capixabas. Somos um setor forte e que tem conseguido sobreviver na pandemia, mas é preciso que todos façam a sua parte”, alerta o presidente do Sincades.